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Financiamento de imóvel com uso de FGTS pela linha Pró-Cotista é suspenso!

25/02/2016 - Caixa Econômica Federal fecha linha Pró-Cotista

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A linha de crédito habitacional Pró-Cotista da Caixa Econômica Federal, muito utilizada desde que o banco endureceu as condições de empréstimo no ano passado, está suspensa. Quem hoje vai à instituição atrás de recursos da casa própria é direcionado para opções com mais restrições e juros elevados que resultam em entrada e prestações mais salgadas.

 

A superintendência regional da instituição confirmou a A Tribuna que os recursos da Pró-Cotista acabaram e que, por isso, as contratações por essa linha não mais ocorrem.

 

A suspensão pegou de surpresa solicitantes que estavam com toda a papelada em andamento, cujo próximo passo era apenas assinar o contrato de financiamento. 

 

Este é o caso dos jornalistas Maria Fenz e Cláudio Vítor, que chegaram a ter o crédito aprovado pelo Siopi, um sistema eletrônico de acompanhamento, negado logo depois, quando já aguardavam agendamento de data para assinar o contrato, segundo o casal. 

 

Eles solicitaram R$ 207 mil da Pró-Cotista para comprar um imóvel de R$ 260 mil. Portanto, pagariam um pouco mais de R$ 52 mil de entrada. Sem a Pró-Cotista, o simulador do site da Caixa, a melhor opção agora disponível (linha SBPE) aponta entrada de R$ 130 mil, uma alta de 150%.

Conforme A Tribuna publicou em 15 de novembro, a Caixa obteve verba extra de R$ 145 milhões para as linhas Pró-Cotista, Carta de Crédito FGTS e Minha Casa Minha Vida na Baixada Santista e Vale do Ribeira. O valor, entretanto, se revelou insuficiente, mostrando que a fase áurea do crédito abundante acabou. 

 

A Pró-Cotista era vantajosa para trabalhadores de Santos, onde os imóveis são mais caros e os com preços acessíveis são os usados. 

O financiamento habitacional tocado pelo governo é abastecido com recursos do FGTS e da poupança, fontes que começaram a escassear no ano passado. As demissões aceleraram a concessão do seguro-desemprego e a liberação das rescisões, custeadas pelo FGTS. A caderneta, por sua vez, sofre saques porque rende menos que outras aplicações. 

 

Frente a isso, a Caixa elevou taxas de juros e reduziu a cobertura do empréstimo em relação ao valor total do imóvel. 

A cobertura da SBPE (recursos da poupança), que tem exigências mais brandas do que a Carta FGTS, caiu para 50% do valor do imóvel (a do FGTS manteve-se em 90%). Quem utiliza o SBPE geralmente não atende aos requisitos da Carta FGTS, cujo imóvel financiado não pode passar de R$ 170 mil ou R$ 215 mil conforme a cidade da região (veja quadro).

 

A solução dentro da Caixa foi migrar esse público do SBPE para a Pró-Cotista, que cobria 85% do valor de avaliação dos imóveis. Além disso, essa linha aceitava moradias de até R$ 400 mil, atendendo aos preços das unidades procuradas pelas classes média e média baixa em Santos. 

Com a suspensão da Pró-Cotista, a única alternativa é migrar esse público de volta para linhas mais restritivas. 

 

Coberturas elevadas são importantes porque reduzem a entrada, beneficiando as famílias com poucos recursos próprios. Além disso, é necessário que o limite de valor do imóvel financiado seja realista conforme o mercado local.

 

A Tribuna procurou o Ministério das Cidades, responsável pelos recursos da habitação, mas não obteve resposta.

Os jornalistas Maria Fenz e Cláudio Vítor entraram com pedido de empréstimo habitacional na Caixa Econômica Federal, em 16 de novembro, para financiar R$ 207 mil de um apartamento de R$ 260 mil. No final de janeiro, quando estavam prestes a marcar o dia da assinatura do contrato na agência da Caixa na Avenida Washington Luiz, notaram o silêncio por parte do banco. 

Em meio a contatos e reclamações com o banco, Maria Fenz, desconfiada, buscou informações na internet sobre a Pró-Cotista e localizou informações de Minas Gerais sobre suspensões do empréstimo. 

 

No dia 1º veio a péssima notícia. Após Vítor reclamar ao Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) por falta de esclarecimentos, a gerência da Caixa da Avenida Washington Luiz, em Santos, respondeu: “não há dotação disponível no momento para contratações de financiamento habitacional na modalidade Pró-Cotista”. 

 

A gerente disse ainda que há negociações com o Conselho Curador (do FGTS, que abastece a linha de financiamento) para um aporte de verbas. A gerente abre a possibilidade de honrar o contrato de empréstimo, mas logo em seguida mostra que isso está distante: “infelizmente, não temos informações sobre prazos”. 

 

O recuo do banco quase na hora da assinatura transformou-se em transtorno. Além do tempo envolvido no levantamento da documentação e no estresse causado pela expectativa, os dois perderam a possibilidade de comprar o imóvel. 

Vaz conta que o proprietário queria R$ 300 mil pelo imóvel e após muita conversa aceitou R$ 260 mil, aguardando de novembro a fevereiro o trâmite da liberação dos recursos. Ao ser avisado da suspensão da linha Pró-Cotista, o dono desistiu do negócio e recolocou o apartamento à venda pelo preço inicial de R$ 300 mil.

 

Maria Fenz está prestes a se tornar mãe e tinha até começado a encaixotar seus pertences, pois o imóvel que compraria estava em ótimas condições. Com o negócio desfeito, restou renovar o contrato de aluguel e adiar o sonho da casa própria. Por sorte, o dono do imóvel alugado não aumentou o valor. 

 

“Depois de quase três meses de espera, tivemos nossos planos frustrados, mas o pior foi a falta de informação”, afirma Vítor. “Vamos fazer uma pausa na busca por financiamento por causa do bebê”.

 

Questionada sobre o caso dos jornalistas, a Caixa apenas se manifesta sobre os recursos. Diz que a Pró-Cotista tem recurso limitado. “Até que haja suple-mentação de recursos a Caixa não está autorizando trâmite de novas operações”, afirma, lembrando que as outras linhas funcionam normalmente.




Fonte: http://www.atribuna.com.br/

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